8.2.10

caco de vidro

tive um certo frasco de vidro, por um tempo,
não durou muito, quando me vi já estava a pegar os cacos no chão.

como uma memória passível de ser esquecida,
guardei os vidros em um armário, para que não mais achasse.

passou o tempo, na mente, revivia a cena assiduamente,
no coração, procurava antídotos para aliviar a culpa.

e o mundo deu a volta outra vez,
e fez com que tudo que estava dentro, fosse para fora.

reencontrei a dor, os cacos de vidro,
agora cortavam a minha face,

fechei os olhos para dormir, acordar em outra realidade,
que não a mesma, que dilacerava minhas memórias,

consegui acordar em outra realidade,
não conhecia ninguém da mesma,
eu estava confuso, e com os cacos de vidro em mãos,
retornei a coloca-los no armário,

vou esperar, você voltar, para enfim voltar para o ciclo,
dor-nãodor

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