16.11.10

hiato

Por que foges de mim, criatura.
Se te invento, é para meu próprio deleite.
Como posso agradar meu invento
Se ao menos tento, de alguma forma,
ver-te.

Com que intenção posso jurar amor por ti,
se com pequenos gestos, me pego em prantos por aí

Não é difícil se render aos teus devaneios,
se me seduzes com tuas promessas de um amor constante,
Tampouco não é fácil trair-te, com minhas próprias palavras,
nas quais cavalgam em liberdade, ante o pranto daquele que se entregou calado

Não é mais um doloroso parto,
São mortes constantes, são vidas vivas em mentes vívidas,

Ficou no passado o lapso de existência que projetei em ti,
Agora pertenço ao futuro de meus atos que me carregam a cada pôr do sol,
A inércia do presente é apenas o explendor da verdade,
na qual reluz com amor na face do criador.

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