22.12.09

touro

acontece quando menos esperamos, mentira, não é verdade.
sempre estamos esperando algo.

o ser humano e seu potencial de crer e esperar ultrapassa os limites de seu sufoco particular.
ele não se limita a tal fato, mas se coloca aquem do mesmo.

e como uma estrela cadente no céu estrelado e confuso, ilumina esperanças,
te traz paz e leveza, uma sensação boa de reecontro com alguém especial.

a vida nos reserva alguns acasos, que são essenciais para a roda cotidiana.
uns duradouros, outros tão ligeiros quanto um trovão.

o importante é o momento da contemplação da vista ensolarada, o momento ao cair da chuva,
não quando ela já passou, nem quando está formando.

a vida tem desses arranjos, que hora te corteja, hora te degola, mas sempre bate forte no nosso peito,
para demonstrar mais uma vez, que esperar é humano, mas crer é transcendental.

17.12.09

reinventar-se

Nos foi dada tal tarefa.
Puxar os freios de uma civilização caída.

Parar e dizer o quanto estão sendo prejudiciais aos organismos cósmicos.
A unidade não pode perecer à vontade intrépida do ego em se dividir em facetas.

O ego é o que lhe torna extra-divino, ele te tira de uma posição de unidade e igualdade com o todo,
e te eleva a uma posição singular de indivíduo desconectado, como se fosse especial tornar-se um.

É uma ilusão que nos acompanha a muito tempo, viemos para dar fim, alguns se perderam,
e esqueceram de suas missões, outros estão na luta, fazendo esforços dobrados.

Acontece que tudo está em movimento e nada para, assim como a ascensão e a devida esperança na mesma.

13.12.09

diálogo

as palavras contém uma certa forma quando jogadas ao vento,
ela tem um peso, um relevância para a malha cósmica.

ela gera sombras, por trás de cada ato ou fala que ilumina alguma idéia,
surge um clone da mesma, de forma escura, invisível, um buraco negro.

você alimenta a luz, mas a sombra também se alimenta calada,
e em determinado momento de sua vida, a sombra vai bater em sua porta,
reclamando sua posição em meios ao seus devaneios visíveis.

10.12.09

17:17

18:18
16:16
19:19
15:15
22:22
11:11

tempestade

chove trevas em mim,
minhas idéias estão manchadas,
sou um refém da ilusão.

nesse árduo momento, estou lutando com inimigos invisiveis, amantes das sombras,
que se esforçam para me manter nesse ritmo torpe de combate sem fim.

fito o vazio, de forma a molda-lo minhas esperanças,
elas são coloridas, em contraste com tudo que é escuro e amargo.

a razão está tomando conta de minha alma, ela não se entrega.
a pureza de sentimentos e ações ficaram para outra dimensão,
nela eu escondo todas minhas intuições, tudo acerda do que não é meu,
mas de nós, vários eus que manifestam-se de forma aleatória.

nesse exato momento não os vejo, não os reconheço, escuto distante,
 paciente sento na montanha da fé e ofereço minha alma para o acaso.

1.12.09

desconheço-me

E faz tempo.
Se ele existisse, eu o pediria para rebobinar a fita.

Ver em qual ponto da jornada eu me desconectei com minha criança interior.
Estou acoplado em um corpo aonde não estou no comando.

O que anseio, o que desejo, passa por minhas mãos e cai em forma de lágrimas.
Não é justo com aquela criança que achava que tudo era possível aos olhos da vontade sincera.

Esgotam sua capacidade, e te reduzem a uma ferramenta exemplar.
Você aprende a amar, a odiar, remorso, raiva, culpa. MEDO.
É um curriculum de facetas que moldam um funcionário da escuridão.

Conhecimento ou sabedoria? Inclino-me a duvidar de ambos!
São metodologias do cérebro, e ele pensa.

Cuidado com esses pensadores, tamanha quantidade de pensamentos ofuscam a intuição.
Ferramenta essa que lhe torna mais deus, e menos homem.

Sinto pena por meu futuro pertencer a um organismo que lhe suga todas as entranhas criativas.
A serenidade da alma consciente não está presente.

Do contrário temos a fragilidade de uma mente coberta com véus que definem seu percurso.
Você deve se livrar deles, mas eles não podem se livrar de você, basta que um o alimente, e ele sempre estará presente na malha cósmica.

É uma reação em cadeia no cosmos, ao mesmo tempo que somos o tudo, somos o nada.

27.11.09

gratidão

Se eu pudesse me ausentar de minha vida por uns instantes, seria um espectador curioso.

O mínimo de incertezas ja é o fluido que correr por veias de interesse.

Existem essas tramas que não nos são explicadas, mas elas estão ai, soprando nos ventos.
Um varal para as idéias-sensações-ações de toda humanidade.

E há quem diga que as coisas se perdem por ai, com certeza elas não são criadas,
tampouco perdidas, mas transformadas.

A mutabilidade da matéria é o que lhe da vida, a possibilidade de dar um passo a frente, já te põe em outro lugar, é uma esperança atemporal, um sentimento que nasce conosco.

Não estamos só, e quando digo isso me refiro a nós mesmos. Somos vários eus ao mesmo tempo,
desconhecendo uns, conhecendo outros, no fim todos dão a mão.

Todos esperam que você os agradeça, a gratidão é chave do conhecimento. Torna-te sabedor daquilo que sabes, caso contrário, tornar-te-a temedor daquilo que desconhece.

24.11.09

tumulto

Desce o rio andarilho,
acompanha a curva que jaz.

Permita um pouco de natureza,
remediando suas impurezas.

Esqueça as incertezas,
fite as intuições,
elas são respostas que desce ligeiro pelo fluxo.

O rio não deixa de passar, mas você o deixa de visitar.
Um dia pode esquece-lo, porém, as dicas divinas partem de cima para baixo.

E o reflexo se fez informante, que indica um horizonte aonde descansa nossas certezas.

13.11.09

estrelado

Basta de se esconder, imensidão.
Olho para ti para capturar respostas, signos.
Reconhece o desconforto de seus filhos?

Ao cair da luz, a escura cidade estrelada surge no alto.
Para além da selva de pedras, além da cegueira humana.

Ilumina mostrando o caminho, vestígios de uma presença que só observa.
Enfim te vi abrir para mim, passaste algum devaneio, compartilhei.

Encerrei meu olhar ao me concentrar no que observara, percebi que estava sendo observado,  agradeci.

9.11.09

sorriso

vai vem de almas,
uma constelação estrelada,

só estamos de andada,
a união vem pela sintonia,

aos pés, o pranto,
acima, a esperança.

ali parada, diante a eminente onda,
a criança sorria.